Realizado pela segunda vez no município, evento marca a conclusão da metodologia Jovens Empreendedores Primeiros Passos, executada por meio do programa Cidade Empreendedora
Estudantes do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino de Chapadão do Sul tiveram a oportunidade de apresentar à comunidade os produtos que desenvolveram em sala de aula por meio da metodologia Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), aplicada mais uma vez no município através do eixo Educação do programa Cidade Empreendedora – iniciativa executada pelo Sebrae/MS em parceria com a Prefeitura Municipal.
A “Feirinha do JEPP”, como é chamada a ação, foi realizada em sete escolas municipais de Chapadão do Sul: Erico Veríssimo, Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Integral Semear, Aroeira, Ribeirão Polo e Pedra Branca. A iniciativa teve início no dia 7 deste mês e encerrou-se nessa quarta-feira (9). No total, cerca de 3.639 estudantes participaram.
De acordo com a gestora estadual do programa Educação Empreendedora do Sebrae/MS, Priscila Veloso, a feirinha representa o fechamento do trabalho realizado durante quatro meses com os estudantes na temática do empreendedorismo. Após participarem de uma formação, oferecida pelo Sebrae/MS, os professores abordam o assunto com os alunos em sala de aula, de acordo com a faixa etária de cada turma.
Em 2021, a metodologia já havia sido aplicada nas escolas municipais de Chapadão do Sul e, neste ano, novos estudantes tiveram a oportunidade de participar da iniciativa. “É o segundo ano consecutivo que a Secretaria Municipal de Educação aplica a metodologia do JEPP nas escolas e com a realização da Feirinha pudemos ver de perto a evolução e a entrega das crianças, bem como o empenho dos professores em fazer todo o projeto acontecer. Além disso, a ação possibilita a confraternização entre a comunidade escolar e permite que os estudantes tenham a vivência do empreendedorismo e como ele pode ser”.
Para a aluna Yasmin do Amaral Martins, que estuda na Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade, o tema do empreendedorismo social foi importante para trabalhar a empatia. “Eu aprendi que ser um empreendedor social é sempre promover iniciativas que agreguem valor. Na prática isso significa que devemos usar as ferramentas do empreendedorismo para viabilizar negócios de impacto socioambiental. A proposta do empreendedorismo social, é utilizar técnicas de gestão, inovação, criatividade e sustentabilidade com o propósito de maximizar o capital social. Essa forma de empreendedorismo tem o foco em um benefício coletivo, tem empatia e por isso possui fortes propostas sociais”, comentou a estudante.
Por envolver toda a comunidade, a Feirinha do JEPP também mobilizou as famílias dos estudantes. Denise Marques, por exemplo, é mãe de uma aluna da Escola Municipal Cecília Meireles, ela acompanhou o desenvolvimento da filha e conta como foi transformador. “Ela se tornou uma criança mais conectada com o mundo dos negócios, vi o interesse dela nas coisas que compramos. Quando vamos a algum supermercado o entendimento que ela tem dos produtos já é outro, eu mostro as diferentes marcas, porque uma mercadoria é mais cara e outra é mais barata, então foi muito positivo. Acredito que ela será uma empreendedora mirim, pois coloca aquilo que aprendeu em prática”, expôs.
Transformação na escola
Ao aplicar a metodologia, tanto os professores quanto o corpo técnico das escolas municipais perceberam mudanças no comportamento dos alunos e evolução na forma com que eles enxergam o empreendedorismo e as áreas do conhecimento, já que as atividades incluíram ações multidisciplinares. Kelly Cristina Martins Tavares, por exemplo, é coordenadora da Escola Municipal Integral Semear, e expõe que os estudantes desenvolveram autonomia e criatividade.
“A metodologia agregou positivamente para os alunos de todas as séries. Eles puderam aprender sobre reciclagem, confecção de alimentos, o que é muito importante, pois esses estudantes reproduzem essas boas práticas dentro de casa. Muitos pais elogiam a iniciativa, porque os alunos chegam em casa falam sobre aquilo que viram na escola, por exemplo, que agora sabem fazer artesanato, plantar mudas corretamente, fazer um tempero ou até mesmo um bolo”, destacou a coordenadora.
Outro ponto importante trazido pelo JEPP é a possibilidade da troca de conhecimentos entre os alunos de diferentes anos, já que cada turma trabalha uma temática diferente. “Foi algo muito positivo, com uma das minhas turmas trouxe a ecopapelaria e os alunos estiveram dispostos a realizar todas as atividades e se mostraram muito interessados em assuntos de preservação ambiental. Já uma outra turma, o foco foi o empreendedorismo social, onde puderam aprender um pouco sobre empatia e as diferentes formas de ajudar o próximo”, comentou Viviane Porto Rodrigues, docente da Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade.
Para a professora Adriana Luisa, que trabalha na Escola Municipal Ribeirão Polo, toda essa iniciativa também possibilitou a integração dos estudantes, além do desenvolvimento pessoal. “O JEPP desperta a curiosidade e a criatividade nas crianças e com isso acredito que eles poderão levar esses ensinamentos para a vida. Além disso, também trouxe muito aprendizado para nós, enquanto docentes, essa foi a primeira vez que trabalhei com a metodologia e pude conhecer muito mais sobre o empreendedorismo junto com eles”, observou Adriana.
Saiba mais sobre o JEPP
Ensinar as crianças desde pequenas que empreender pode ser uma alternativa de carreira, além de trazer novas possibilidades e fazer com que os jovens desenvolvam habilidades diferenciadas, também é uma forma de incentivar o desenvolvimento dos municípios, por isso, o programa Cidade Empreendedora, oferecido pelo Sebrae/MS, possui como um dos principais eixos, o Educação Empreendedora.
Para os municípios que aderiram ao programa, é oferecida a metodologia Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), voltada para estudantes das escolas municipais que cursam do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Por meio dela, o Sebrae/MS capacita os professores para que a temática empreendedorismo seja trabalhada em sala de aula.
O tema é trabalhado com os estudantes de acordo com a faixa etária, por exemplo, com a turma do 1º ano o tema proposto para a ideia de negócios foi o “Mundo das ervas aromáticas”, quando os alunos são estimulados a cultivar hábitos mais saudáveis e, além disso, desenvolveram produtos a partir dessa matéria prima, como sachês perfumados. A Feirinha do JEPP é o último passo da metodologia, quando os estudantes de todos os anos envolvidos apresentam os produtos desenvolvidos à comunidade.
Atualmente, são 32 municípios integrantes do Cidade Empreendedora em Mato Grosso do Sul e, em todos eles, o JEPP é aplicado: Amambai, Água Clara, Bandeirantes, Bataguassu, Batayporã, Bela Vista, Caarapó, Camapuã, Chapadão do Sul, Corumbá, Costa Rica, Coxim, Dourados, Inocência, Jaraguari, Jardim, Maracaju, Naviraí, Nioaque, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Paraíso das Águas, Pedro Gomes, Ponta Porã, Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo, Rio Brilhante, Rio Verde de Mato Grosso, Santa Rita do Pardo, Selvíria, Sonora, Terenos.
Mais informações sobre o programa Cidade Empreendedora podem ser obtidas pelo número 0800 570 0800.