Estudantes de Jardim participam da Feirinha do JEPP e expõem produtos feitos em sala de aula

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Realizado pela segunda vez no município, evento marca a conclusão da metodologia Jovens Empreendedores Primeiros Passos, executada por meio do programa Cidade Empreendedora

Estudantes do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino de Jardim tiveram a oportunidade de apresentar à comunidade os produtos que desenvolveram em sala de aula por meio da metodologia Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), aplicada pela segunda vez no município através do eixo Educação do programa Cidade Empreendedora – iniciativa executada pelo Sebrae/MS em parceria com a Prefeitura Municipal.

A “Feirinha do JEPP”, como é chamada a ação, foi realizada em sete escolas municipais de Jardim: Prefeito Estácio Cunha Martins, Rufina Loureiro Caldas, Castelo Branco, Oswaldo Fernandes Monteiro, Beracy Brunet Barbosa, Zeus Benevides, Major Alberto Rodrigues da Costa (Cívico Militar). A iniciativa teve início no dia 28 de outubro e encerrou-se nesta sexta-feira (18). No total, cerca de 1.626 estudantes participaram.

De acordo com a gestora estadual do programa Educação Empreendedora do Sebrae/MS, Priscila Veloso, a feirinha representa o fechamento do trabalho realizado durante quatro meses com os estudantes na temática do empreendedorismo. Após participarem de uma formação, oferecida pelo Sebrae/MS, os professores abordam o assunto com os alunos em sala de aula, de acordo com a faixa etária de cada turma.

Em 2021, a metodologia já havia sido aplicada nas escolas municipais de Jardim e, neste ano, novos estudantes tiveram a oportunidade de participar da iniciativa. “É o segundo ano consecutivo que a Secretaria Municipal de Educação aplica a metodologia do JEPP nas escolas e com a realização da Feirinha pudemos ver de perto a evolução e a entrega das crianças, bem como o empenho dos professores em fazer todo o projeto acontecer. Além disso, a ação possibilita a confraternização entre a comunidade escolar e permite que os estudantes tenham a vivência do empreendedorismo e como ele pode ser colocado em prática”, destacou Priscila.

Transformação nas Escolas

Por meio da metodologia, mais do que a abordagem do empreendedorismo, os estudantes também puderam desenvolver habilidades como trabalho em equipe, desenvoltura e criatividade. A estudante da Escola Municipal Cívico Militar Major Alberto Rodrigues da Costa, Thaeme Alessandra Gonçalves da Silva, contou como o processo de criação do produto foi interessante.

“Foi muito legal trabalhar com o JEPP, pois aprendi muitas coisas diferentes. Para a feirinha a minha turma produziu um sabão ecológico de limão. Depois de desenvolver todas as tarefas da apostila, a gente partiu para a prática que era a produção da mercadoria. Eu fiquei muito emocionada quando vi o resultado de todo o trabalho em equipe exposto aqui na feirinha”, revelou a estudante.

Na mesma escola de Jardim, a aluna Isabelly Carneiro Pereira, também pontuou como o trabalho com a metodologia a ajudou. “Com o JEPP, consegui aprimorar técnicas de pintura, além disso, aprendi sobre sustentabilidade ao desenvolver porta lápis e porta-retrato com materiais recicláveis. Quando estávamos trabalhando com a apostila, vimos alguns temas muito legais e diferentes do que estamos acostumados. A gente aprende que mais do que ajudar o meio ambiente, podemos ter retorno financeiro com essas boas ações”, explicou Isabelly.

Outro ponto interessante foi trazido pela aluna Sofia Martins, que estuda na Escola Municipal Castelo Branco. Para ela, a Feirinha foi uma forma de conseguir recursos para concretizar um objetivo coletivo. “Quando a gente estava trabalhando com a metodologia, a minha turma aprendeu a fazer brinquedos, aí a professora disse que poderíamos vender esses produtos e ganhar dinheiro para conseguir fazer a festinha da turma nesse final de ano. Aqui na feirinha temos os brinquedos e algumas maquiagens para poder vender e fazer a arrecadação”, comentou a estudante.

A mudança no comportamento dos alunos foi percebida tanto pelos professores quanto pelo corpo técnico das escolas municipais onde a metodologia foi aplicada. De acordo com os profissionais, houve uma evolução na forma com que os estudantes enxergam o empreendedorismo e as áreas do conhecimento, já que as atividades incluíram ações multidisciplinares. A docente da Escola Municipal Rufina Loureiro Caldas, Francielle Barbosa, por exemplo, destaca o desenvolvimento de uma cultura empreendedora e a integração da turma.

“A apostila que acompanha a metodologia é muito completa e envolve atividades práticas e lúdicas. A parte teórica é importante porque foi onde eles puderam entender de fato o que é o empreendedorismo, mas foi durante a produção dos produtos para a feira que os estudantes se uniram e executaram aquilo que vimos ao longo de todo o semestre. O JEPP trouxe esse olhar empreendedor para eles e uniu a turma para atingir um objetivo em comum”, ressaltou a professora.

Já Valquíria Rodrigues Vilalva, professora da Escola Municipal Cívico Militar Major Alberto Rodrigues da Costa, ressalta que a metodologia foi uma maneira de apresentar aos alunos que o empreendedorismo está no dia a dia. “No início foi um pouco complicado, mas após apresentar como seria a metodologia os alunos entenderam que a dinâmica iria trazer retorno financeiro. Quando os alunos viram que a produção começou a tomar forma, eles reconheceram o esforço que fizeram e que aquilo foi resultado de trabalho em equipe”, expôs a docente.

Outra profissional que enfatizou a importância do JEPP para estimular o trabalho em equipe foi a professora da Escola Municipal Oswaldo Fernandes Monteiro e Extensão Santa Tereza, Solange Rodrigues da Silva Fernandes. “Eu já havia trabalhado com a metodologia no ano passado, mas dessa vez tivemos a oportunidade de aprimorar algumas coisas, tanto para os professores quanto para os alunos, o processo foi muito interessante. Os estudantes estavam muito animados e motivados neste ano e o envolvimento deles foi parte essencial para o desenvolvimento da metodologia”, pontuou a docente.

Saiba mais sobre o JEPP

Ensinar as crianças desde pequenas que empreender pode ser uma alternativa de carreira, além de trazer novas possibilidades e fazer com que os jovens desenvolvam habilidades diferenciadas, também é uma forma de incentivar o desenvolvimento dos municípios, por isso, o programa Cidade Empreendedora, oferecido pelo Sebrae/MS, possui como um dos principais eixos, o Educação Empreendedora.

Para os municípios que aderiram ao programa, é oferecida a metodologia Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), voltada para estudantes das escolas municipais que cursam do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Por meio dela, o Sebrae/MS capacita os professores para que a temática empreendedorismo seja trabalhada em sala de aula.

O tema é trabalhado com os estudantes de acordo com a faixa etária, por exemplo, com a turma do 1º ano o tema proposto para a ideia de negócios foi o “Mundo das ervas aromáticas”, quando os alunos são estimulados a cultivar hábitos mais saudáveis e, além disso, desenvolveram produtos a partir dessa matéria prima, como sachês perfumados. A Feirinha do JEPP é o último passo da metodologia, quando os estudantes de todos os anos envolvidos apresentam os produtos desenvolvidos à comunidade.

Atualmente, são 32 municípios integrantes do Cidade Empreendedora em Mato Grosso do Sul e, em todos eles, o JEPP é aplicado: Amambai, Água Clara, Bandeirantes, Bataguassu, Batayporã, Bela Vista, Caarapó, Camapuã, Chapadão do Sul, Corumbá, Costa Rica, Coxim, Dourados, Inocência, Jaraguari, Jardim, Maracaju, Naviraí, Nioaque, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Paraíso das Águas, Pedro Gomes, Ponta Porã, Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo, Rio Brilhante, Rio Verde de Mato Grosso, Santa Rita do Pardo, Selvíria, Sonora, Terenos.

Mais informações sobre o programa Cidade Empreendedora podem ser obtidas pelo número 0800 570 0800.