Evento marcou a conclusão da metodologia Jovens Empreendedores Primeiros Passos, executada por meio do programa Cidade Empreendedora, uma parceria entre Sebrae e Prefeitura Municipal
Pratos típicos do Pantanal como arroz com pequi, pastel de carne seca e macarrão pantaneiro, além da exposição de ervas aromáticas para a culinária e brinquedos educativos confeccionados a partir de materiais recicláveis. Esses foram alguns dos produtos apresentados para a comunidade por cerca de 1.300 estudantes do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Rio Verde de Mato Grosso durante a 2ª Feira Cidade Empreendedora.
A iniciativa foi realizada na sexta-feira (11), no Salão Paroquial Nossa Senhora Auxiliadora, e integra a programação do Festival da Cultura Pantaneira, promovido até o dia 20 deste mês pela Prefeitura Municipal, com apoio do Sebrae, através do programa Pró Pantanal, além do Sistema Fiems, Sistema Famasul, Sistema Fecomércio e da Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul.
Os produtos expostos pelos estudantes foram confeccionados em sala de aula por meio da metodologia Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), aplicada mais de uma vez no município através do eixo Educação do programa Cidade Empreendedora. A partir da iniciativa, o Sebrae capacita os professores para que o tema empreendedorismo seja abordado em sala de aula com alunos do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental e a feira marca a conclusão deste trabalho feito em cinco escolas municipais: Polo Aurelino Ataide de Brito; Crescencio de Abreu; Polo Dr. Cesar Galvão; José Duailibi e Maria Ferzelli.
Durante a abertura do evento, o prefeito de Rio Verde de Mato Grosso, Réus Fornari, expôs a relevância da iniciativa para o município. “Quando fechamos o Cidade Empreendedora, tínhamos a certeza de que o que iria acontecer em nossa cidade seria positivo e a ação de hoje é mais um resultado dessa parceria. Nossa turma da educação fez um trabalho especial com dedicação e criatividade para promover o ensinamento das nossas crianças que amanhã serão o futuro de uma sociedade bem melhor, mais igualitária e com mais qualidade de vida. Junto com esse trabalho também destacamos o potencial turístico da nossa terra, temos belezas naturais e uma cultura rica em diversas áreas como culinária e o artesanato. Nosso objetivo é alavancar esse potencial e, através dele, promover o desenvolvimento”, ressaltou.
De acordo com o diretor de Operações do Sebrae/MS, Tito Estanqueiro, Rio Verde é um município engajado no âmbito educacional e implementou a metodologia nas escolas no ano passado, logo no início do programa Cidade Empreendedora. De 2021 até agora, mais de 200 docentes já foram capacitados e cerca de 2.700 alunos beneficiados.
“Consideramos a feira um grande resultado desse trabalho, por entendermos o impacto positivo na vida das crianças. O contato com o empreendedorismo desde cedo possibilita que elas enxerguem o empreender como mais uma possibilidade de futuro, além de desenvolver habilidades que irão ajudá-las durante toda a vida como criatividade, boa desenvoltura e inovação, algo fundamental para que se tornem protagonistas da própria história e ainda influenciem as famílias e a sociedade como um todo, promovendo uma cultura empreendedora no município”, destacou Estanqueiro.
Durante a abertura da 2º Feira Empreendedora também estiveram presentes o vice-presidente do Sistema Fiems e conselheiro do Sebrae/MS, Luiz Cláudio Fornari; a presidente da Câmara Municipal, vereadora Cleisymaira Paes de Souza Milleo; o secretário municipal de Educação, Cultura e Esportes, Valter Costa de Almeida.
Fortalecimento da cultura pantaneira
Ao trabalhar o empreendedorismo com os estudantes, a iniciativa também teve como foco a valorização da cultura local, em especial da temática pantaneira, pois Rio Verde de Mato Grosso está no território do bioma e a cidade é conhecida como Mirante do Pantanal. Para possibilitar que as crianças conhecessem mais a respeito de onde vivem, além de resgatar o sentimento de pertencimento, os alunos foram estimulados a desenvolver produtos relacionados tanto com as comidas típicas da região, quanto com o artesanato, além trabalharem o vocabulário e expressões locais.
Na Escola Municipal Aurelino Ataíde de Brito, por exemplo, estudantes do 1º ao 5º ano fizeram pinturas de animais da fauna pantaneira e houve grupos que focaram na parte alimentícia, como os alunos do 4º ano que fizeram pesquisas e participaram de aulas práticas na cozinha da escola sobre a produção de geleia e desenvolveram uma receita de pimenta com maracujá. Teve também arroz carreteiro e bolo de cenoura.
Trabalho multidisciplinar
Pelo fato de a metodologia do JEPP envolver várias áreas do conhecimento, mais do que trabalhar a cultura local, outros temas também foram abordados com os estudantes como é o caso da educação financeira. Um exemplo é a Escola Municipal Crescêncio de Abreu, onde alunos do 5º ano desenvolveram a “Engenhoca da Oficina das Finanças”. O produto é fruto de um estudo para que aprendessem sobre o uso e a mensuração do dinheiro no cotidiano de uma família.
Divididos em grupos, os alunos criaram um sistema de mangueiras e torneira, dentro de uma caixa e, com o uso de água, eles conseguem exemplificar, de forma lúdica, a administração do dinheiro. Cada torneira representa um tipo de gasto, como segurança, aluguel, lazer e alimentação. Em alguns modelos produzidos há também a torneira do prejuízo. Por meio da quantidade de água, os alunos vão explicando como pretendem gastar ou economizar.
Para o estudante Ian de Oliveira, do 5º ano do Ensino Fundamental, a experiência foi muito enriquecedora. “A gente aprendeu muito sobre como funciona o dinheiro. Se a gente gastar muito com algumas coisas, não vai sobrar ou não vai ter para gente viajar para Campo Grande para passear, por exemplo. Foi legal porque a gente produziu tudo e isso fez com que a gente pudesse entender bastante coisa”, comentou o aluno.
Além da criação da Engenhoca, na mesma escola, os estudantes também trabalharam com a flora e descobriram como plantas, muitas vezes presentes no quintal de casa, podem se transformar em itens que eles próprios conseguem produzir, como é o caso da babosa. A partir dela, eles fizeram subprodutos como hidratante e sabonete. Houve também orientação sobre plantas medicinais.
De acordo com a professora Adriana Belchior Ferreira, responsável pelas aulas de empreendedorismo na escola, mais do que promover o conhecimento, as atividades práticas possibilitam a troca de informações entre os alunos, além de auxiliar as crianças a desenvolverem novas percepções. “A gente apresenta para os estudantes situações do dia a dia, damos diferentes informações e eles interagem com isso. Geralmente, depois das primeiras aulas, voltam de casa contando muitas coisas e relatando como é na rotina deles. Essa troca faz o trabalho ser muito prazeroso, porque os alunos crescem bastante ao aprender noções sobre dinheiro, sobre o que pode se transformar em produto”, comentou a docente.
Programação do Festival da Cultura Pantaneira
Realizado em Rio Verde até o dia 20 de novembro, o Festival da Cultura Pantaneira traz uma ampla programação composta por apresentações artísticas e culturais, além promover atividades voltadas para fomentar os pequenos negócios nas áreas do turismo, agronegócio, indústria, comércio e economia criativa existentes no Pantanal. Nesse contexto, no dia 16, será realizada a Comitiva Empreendedora – um dia todo de capacitações gratuitas para os empreendedores locais.
No Salão Paroquial Nossa Senhora Auxiliadora, das 9h às 20h30, serão promovidas palestras e mesas redondas com abordagens de temas como sustentabilidade, design cultural e turismo. Também estará em pauta o empreendedorismo feminino com a realização de um talk show com mulheres de negócios case de sucesso.
Confira a programação completa do Festival da Cultura Pantaneira ao clicar aqui. Mais informações sobre o trabalho desenvolvido pelo Sebrae/MS, por meio dos programas Pró Pantanal e Cidade Empreendedora, podem ser obtidas por meio do número 0800 570 0800.