Para valorizar cultura pantaneira, Sebrae desenvolve projeto voltado ao artesanato em couro em Rio Verde

/ / Rio Verde de Mato Grosso

O uso do couro desempenha um papel significativo na cultura pantaneira, refletindo as tradições da região. Enquanto produto, há diferentes usos: seja na indumentária, com chapéus, botas e cintos, até artefatos de montaria e instrumentos musicais, como a viola de cocho. Para valorizar essa diversidade encontrada em Mato Grosso do Sul, e, ao mesmo tempo, mostrar a oportunidade do material enquanto possibilidade de negócio, o Sebrae/MS desenvolve em Rio Verde de Mato Grosso um projeto piloto, que visa a capacitação e o empreendedorismo em couro para pessoas de baixa renda.

O “Projeto Sebrae: Brilha Cultura Pantaneira – Artesanato em Couro” teve início nesta segunda-feira (17), com a realização da Oficina de Artesanato em Couro, que segue até o dia 24 de junho, no Polo do Senai. Nela, é oferecida formação técnica, desenvolvimento de habilidades, profissionalização e formalização para cerca de 20 pessoas. A capacitação é uma das etapas do projeto, que inclui ainda workshops sobre gestão financeira, oficinas de acesso a mercado, participação em feiras e eventos locais de artesanato, entre outros.

Para o conselheiro do Sebrae/MS e vice-presidente regional do Sistema Fiems, Luiz Claudio Fornari, a iniciativa vem contribuir com o potencial turístico da cidade. “Esse projeto é pioneiro e é realizado em um momento extremamente importante para Rio Verde, porque o município iniciou o desenvolvimento de uma nova vocação, que é a turística. Entendo que toda a ‘borda pantaneira’ tem potencial para o turismo, e para isso, precisamos ter desde as manifestações culturais pantaneiras, até a oferta de produtos. A vocação do Sebrae é essa, criar um ambiente para o desenvolvimento do empreendedor”, destacou.

Rio Verde integra desde 2021 o programa Cidade Empreendedora, executado pelo Sebrae em parceria com a Prefeitura Municipal, com a proposta de promover o desenvolvimento local a partir do fortalecimento dos pequenos negócios. De lá para cá, uma das frentes de trabalho dessa iniciativa tem sido o turismo, e, neste sentido, o projeto de artesanato de couro vem dar prosseguimento ao que já foi realizado no município.

Agora o foco de atuação são as pessoas de baixa renda, em situação de vulnerabilidade, potenciais empresários interessadas em adquirir conhecimentos na área de artesanato em couro e empreendedorismo. O projeto será desenvolvido ao longo de 10 meses.

“Nosso objetivo é preservar a cultura por meio da transmissão de conhecimentos e práticas tradicionais, ao mesmo tempo em que estimulamos a geração de renda e o desenvolvimento social. O projeto vai apoiar a profissionalização e formalização de artesãos e empreendedores, facilitando o acesso ao mercado por meio de parcerias estabelecidas com empresas distribuidoras de produtos artesanais”, complementa a gerente da Regional Norte do Sebrae/MS, Luzicarla Softov.

A cultura pantaneira confere um significativo valor agregado aos produtos de couro, uma vez que refletem características exclusivas, intrinsecamente ligadas a esse bioma singular. Por isso, para aplicar a oficina e atuar enquanto “padrinho” do projeto, o Sebrae convidou um empresário da área, com vivência local: Odney Lopes Batista, da Selaria Bufálo, de Rio Verde de Mato Grosso e que atualmente comercializa roupas, acessórios e outros itens em couro com outros estados.

“Demorei vinte anos para sair de artesão para empresário. Estou aqui para facilitar a venda dos produtos que vocês irão fazer, que são todos direcionados à cultura pantaneira. Cada um de vocês poderá se destacar em uma área, como a da costura, por exemplo. Não será somente um curso para aprender uma atividade, será algo para também de fato produzir, comercializar, enfim, ter um negócio”, disse o empreendedor no primeiro dia da oficina.

Mais informações sobre o programa Cidade Empreendedora podem ser obtidas pelo número 0800 570 0800 ou pelo portal cidadeempreendedora.ms.sebrae.com.br.