Diretora técnica do Sebrae/MS, Maristela França, destaca atuação da instituição em políticas públicas e desenvolvimento territorial
Por: Nayara Tiago
O desenvolvimento territorial é um tema cada vez mais discutido nas diferentes esferas institucionais, acadêmicas e governamentais. Na visão da diretora técnica do Sebrae/MS, Maristela França, um território é uma apropriação social, ou seja, o crescimento ocorre apenas por meio do protagonismo da sociedade. Neste sentido, o engajamento dos cidadãos de forma organizada em busca de um objetivo comum torna-se fundamental para a construção de um desenvolvimento territorial.
A diretora citou o Programa Cidade Empreendedora, desenvolvido pelo Sebrae/MS e dez prefeituras do estado, como modelo de desenvolvimento territorial, já que o projeto visa a aceleração econômica com foco na melhoria do ambiente de negócios. A temática foi discutida na mesa redonda “Desenvolvimento territorial e sua abordagem para dinamização da economia”, na tarde de quarta-feira (24), como parte das atividades do Sebrae Inspira Inovação na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC 2019), que vai até sábado (27) na UFMS em Campo Grande.
Na reunião, Maristela França apresentou a atuação do Sebrae/MS em Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial e destacou que a instituição atua com agentes de capacitação, apoio e organização dos segmentos e encadeamentos produtivos. De 1995 e 2019, foram desenvolvidos diversos projetos como Programa de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável (DLIS), Projeto MS Sem Fronteiras, Pró-Local, Desenvolvimento Econômico Territorial e o mais recente, o Cidade Empreendedora.
Cidade Empreendedora é uma iniciativa do Sebrae que integra gestão pública e pequenos negócios em um ambiente de oportunidades, para estimular a economia local e desenvolver os municípios. São oito etapas de implementação do programa, que preparam as cidades para gerar emprego, renda e oportunidades de negócios: Mapear oportunidades; Desburocratização; Sala do Empreendedor; Compras locais; Liderança; Cultura empreendedora e inovação; Plano de Desenvolvimento Econômico; e Desenvolvimento empresarial. Fazem parte do programa os municípios: Alcinópolis, Anaurilândia, Bataguassu, Bodoquena, Chapadão do Sul, Figueirão, Maracaju, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo e Sidrolândia.
Para Maristela França, a cooperação é um componente fundamental para a formação de uma governança comprometida com uma agenda estratégica e que esteja pactuada com a sociedade. “Apostar nas pequenas empresas, que são uma das maiores geradoras de trabalho, é contribuir com o crescimento da cidade”, afirmou, ressaltando que o desenvolvimento de um ambiente mais favorável visa estimular o empreendedorismo e à geração de emprego e renda; estímulo à formalização de empresas; formação de parcerias com setores públicos e privados que permitam complementar e potencializar os recursos e esforços envolvidos; estímulo ao desenvolvimento econômico equilibrado.
Desenvolvimento
A mesa redonda contou ainda com a abordagem do tema Política para APLS e Desafios do Desenvolvimento Inclusivo e Sustentado, por Marcelo de Matos. Para ele, a chave está no território com uma heterogeneidade estrutural inter-regional e intra-setorial, e também depende do aprendizado e inovação como fenômenos sociais interativos, além da articulação de esferas econômica, sociocultural e ambiental.
Outro tema abordado por Lívia Gaigher Bósio Campello foi a cooperação internacional e desenvolvimento territorial sustentável: alguns aspectos da Rota de Integração Latino-Americana (RILA). A integração econômica deve gerar a redução de custos para os setores agroexportadores com a economia de até 8 mil km e seis dias de viagem, ou seja, representa o encurtamento de caminhos para a exportação, além de ter o viés do turismo.